Andressa Rodrigues é jornalista e apaixonada por viagens. Sempre que pode, coloca a mochila nas costas e parte para um novo destino. O marido é seu grande companheiro de aventuras, mas ela também encara desafios sozinha. Fazer amigos de todo canto do mundo, treinar o inglês e colecionar boas histórias são suas realizações favoritas.
Postado em: 31/10/2019
Andressa Rodrigues
Eu soube há pouco tempo que em 31 de outubro comemora-se o Dia do Saci. Quem contou foi um rapaz em São Thomé das Letras (Minas Gerais), indignado com as festividades de Halloween que acontecem na cidade. Para ele, deveríamos prestigiar figuras do nosso folclore e não dos gringos.
Controvérsias a parte, passear por São Thomé nessa época do ano é muito divertido! Diversas pessoas circulam pelas ruas à noite fantasiadas de bruxas, duendes, fantasmas e afins. Há bailes, músicas em bares e muito agito para todos os gostos. A pequena São Thomé fica lotada de turistas.
Mas essa é só uma desculpa para ir lá. Se você gosta de natureza, clima zen e misticismo, esse é seu lugar - em qualquer época do ano. Conhecida como a “cidade das pedras”, São Thomé das Letras fica na região da Serra da Mantiqueira, a pouco mais de 1.400 metros do nível do mar. São mais de 30 cachoeiras espalhadas pela cidade, além de grutas, parques, gente hospitaleira e um pôr do sol que chega a reunir centenas de pessoas.
Visitei São Thomé duas vezes na companhia do marido e um casal de amigos. A primeira vez foi num mês de abril e a segunda, em outubro. Pegamos dias lindos de sol e, como o clima estava quente, deu para encarar as águas geladas das cachoeiras. Afinal, visitar as quedas d’água de lá é um passeio obrigatório (e é o que tem para se fazer durante o dia).
Outra parada imperdível é a Ladeira do Amendoim. Desligue seu carro, deixe-o em ponto morto e “misteriosamente” ele sobe de ré sozinho! Eu testei e isso acontece mesmo. Na internet você vai encontrar várias explicações científicas, mas o povo de lá garante que seu veículo é puxado por um magnetismo.
Dizem que São Thomé localiza-se em um dos pontos de energia dos chakras da Terra. Lugares assim, considerados místicos e sagrados, ajudam a manter o planeta e toda sua vida em equilíbrio. Há quem acredite, inclusive, que a cidade tem um caminho que liga até Machu Picchu (Peru), outro ponto de energia. Devido à lenda, a prefeitura teve que proibir o acesso a essa gruta, pois muitas pessoas que tentaram atravessá-la nunca mais voltaram.
O fim do dia também tem um programa obrigatório: ver o pôr do sol num dos pontos mais altos da cidade. No Parque Antônio Rosa encontram-se o Cruzeiro, a Toca da Bruxa, inúmeras pedras para brincar de esculturas e a famosa Casa da Pirâmide. Assistir aos últimos minutos do sol ali é algo realmente energizante! Mas fica a dica: vá ao parque também à noite, para se encantar com as milhares de estrelas no céu, inclusive cadentes.
Eu, meu marido e o casal de amigos chegamos à conclusão de que deveríamos ir a São Thomé pelo menos uma vez ao ano. Sentimos que lá recarregamos as energias. Aliás, quem se encanta pelo local, sempre vai embora pensando em voltar... seja pelas cachoeiras, pela natureza exuberante, pelos “bichos-grilos” que por lá circulam, pela onda de “paz e amor”, pela vida hippie, pelos duendes (que tem gente que jura vê-los) ... enfim: vários motivos. Mas todos nos remetem à sensação de que não é preciso muito para ser feliz; e que momentos harmoniosos em boa companhia, e em sinergia com a natureza, ficam em nossa memória para sempre.
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Até o próximo destino!
