Novo líder do governo, Neto se coloca como mediador e quer ajudar a resolver os…

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São Sebastião-30/01/2015 - O novo líder do governo na Câmara de São Sebastião, Onofre Neto (PHS), não gosta desta denominação. Ele se coloca como um mediador e quer estabelecer uma nova forma de atuação. Afirma que não pretende “defender o indefensável” e quer apresentar prazos e justificativas plausíveis para as questões levantadas. O vereador disse que preferiu sair da “zona do conforto” e ajudar a tentar mudar as coisas e se disse aliviado que ao prefeito afirmar que precisa haver uma mudança radical. Confira a íntegra da entrevista na seção RADAR ENTREVISTA.

Foto: Celso Moraes/CMSS

São Sebastião-30/01/2015 - O novo líder do governo na Câmara de São Sebastião, Onofre Neto (PHS), não gosta desta denominação. Ele se coloca como um mediador e quer estabelecer uma nova forma de atuação. Afirma que não pretende “defender o indefensável” e quer apresentar prazos e justificativas plausíveis para as questões levantadas.

O vereador disse que preferiu sair da “zona do conforto” e ajudar a tentar mudar as coisas e se disse aliviado que ao prefeito afirmar que precisa haver uma mudança radical.

Confira a íntegra da entrevista:

RADAR LITORAL - Por que sr. se tornou líder do prefeito?
ONOFRE NETO - O que me levou à mediação, que você acaba recebendo o título de líder de governo. O que levou a gente a esse ponto e não foi uma escolha minha ou só uma decisão política. A gente tem um grupo, conhecido com G-6, que durante a eleição da mesa da Câmara virou o G-8. E fiz uma conversa com o G-6 (Gleivison, Reinaldinho, Jair Pires, Simei, Ercílio e ele próprio), já que para os outros dois (Coringa e Fuly) seria normal aceitar. Nos meus cinco meses de vereança, eu estava em uma zona de conforto muito boa, levantava, fazia um discurso. Mas percebi que não conseguia contribuir para melhorar a vida da população. Estou tentando mudar a visão de alguns secretários daquela coisa de não atender solicitação da oposição. Depois da eleição, tive uma conversa com o prefeito e com os vereadores Coringa e Ernaninho. Pensei o que poderia ter de benefícios para a população. Uma das conversas com o prefeito, o que me deixou aliviado, é que ele concordou que a situação está ruim e tem de mudar. Ou você fica atrás de um microfone com um discurso bonito, bate e não ajuda as coisas a mudarem ou sairia desta zona de conforto e tentaria fazer alguma coisa. Falei que não seria um líder do governo que defenderia algo indefensável. Quero receber requerimentos e indicações e ter uma conversa com a oposição, que está englobada dentro dessa história. Seria uma figura diferenciada do líder de governo. Por isso que coloco como mediador, porque a gente tem a entrada e a compreensão da oposição.

RL – O sr. vê uma diferença entre ser líder e mediador?
NETO - Pelo que vejo há tempos sim. O líder na Câmara levanta, defende não importa o que e está certo. Uma das coisas que me questionaram é que agora sou líder de governo e concordo com tudo que está aí. Vamos fazer diferente. Queremos colaborar para mudar.

RL - Quando o sr. assumiu o mandato teve uma postura mais crítica em relação ao governo, sendo taxado como vereador de oposição. O fato de assumir a liderança de que forma repercutiu politicamente?
NETO - Esse anúncio deveria ter ocorrido agora na primeira sessão ordinária (03/02), mas o presidente colocou isso na extraordinária. Não deu tempo de estarmos numa sessão em que se usa a tribuna e se apresenta requerimento. O que vai mudar é que vou trazer às sessões de Câmara em todas as questões levantadas prazos para solucionar e justificativas plausíveis e coerentes sobre o que está acontecendo. Essa ligação da oposição com a administração não existia.

RL - Como o sr. vê a repercussão de assumir a liderança do governo perante seus eleitores?
NETO - Estou gastando um bom tempo para explicar. Isso foi divulgado de uma forma que eu fiquei um mês praticamente sem mostrar o que é exatamente. As pessoas acham que o líder concorda com tudo que o prefeito está fazendo. Não vai ser isso. Talvez esteja sendo criada uma característica diferenciada do líder de governo, que vai mediar as coisas para tentar resolver os problemas de São Sebastião. A oposição não levanta coisas pessoais. São problemas dos bairros, que ela está ajudando a administrar. Hoje precisa da ajuda de todos para consertar. Não vou falar que está tudo bem, porque não está. O prefeito concorda que a situação tem de ter uma mudança radical.  Vou continuar com um posicionamento crítico a partir do momento que eu tentar desenvolver um trabalho e não for correspondido, eu sinto muito...

RL - O sr. estabeleceu um prazo para que as mudanças ocorram?
NETO - Tem de ter. Se não houver uma mudança até o meio do ano, pelo menos no andar na rua. Não ficar com medo de sair uma onça de trás do mato que nasce na rua, acho que não dá pra continuar. O prefeito sinalizou que tem interesse em mudar a situação. Se isso ocorrer, vou ficar muito feliz por ter feito parte de uma mudança que a cidade estava precisando. Talvez isso mudasse a visão do que um líder de governo pode fazer. Vou continuar na mesma linha, no mesmo pensamento. O nosso foco é fazer com que os vereadores possam desenvolver a sua função. Não só criticar e fiscalizar, mas conseguir soluções.

RL - Está sendo organizado pelas redes sociais um movimento para a primeira sessão contra o aumento da passagem de ônibus. Como pretende tratar essa questão?
NETO - O aumento ocorreu em praticamente todas as cidades. Qualquer aumento, sempre gera reclamações. A qualidade do serviço é outra discussão. Seria interessante com este calor que os ônibus tivessem ar condicionado. Sentei para conversar com o prefeito. O último aumento ocorreu há dois anos e ainda houve uma redução de R$ 3,05 para R$ 2,95. O índice foi maior pelo período sem reajuste e pela diminuição do valor.

RL - Vão ocorrer melhorias nos serviços?
NETO - Serão implantadas catracas eletrônicas e haverá o bilhete único por até duas horas. Com uma única passagem de R$ 3,40 e se carregar o cartão que será implantado, R$ 3,20, o passageiro poderá usar o transporte coletivo por duas horas pagando somente uma tarifa. Ou seja, se vier da Enseada e for ao banco no centro e voltar em duas horas, o custo será de R$ 3,40 ida e volta. Isso será um benefício. Quanto aos horários e ar condicionado, existe uma concessão, mas isso não foi previsto. A proposta é tentar colocar ônibus com ar condicionado nos trajetos mais longos. Vamos cobrar para que isso ocorra.

RL - A sua ida para a liderança de governo passou por alguma conversa ou acordo com vistas às eleições municipais de 2016?
NETO - Não tivemos qualquer conversa a respeito disso. Até porque falar que é candidato do prefeito hoje não é algo viável. Sou vereador e a princípio tenho um projeto de reeleição. Mas política você dorme de um jeito e acordo de outro. Amanhã, tudo isso que a gente está falando dá certo e vai escolher um candidato, vou puxar a minha senha. O prefeito deve ter outras pessoas do interesse dele. Até porque eu e o prefeito continuamos com algumas diferenças que estamos nos acertando. Nada se resolve da noite para o dia. Não acredito que hoje seria o nome mais pensado na cabeça do prefeito para ser seu sucessor. Hoje acho que não, mas amanhã não sei...