Radar Entrevista: novo comandante da Capitania quer manter integração e diálogo

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São Sebastião-29/01/2014 -  O RADAR LITORAL conversou com o novo comandante da Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião. O capitão de fragata Marcelo Sá, tem 42 anos e se considera um “cariolista” (mistura de carioca com paulista), pois é carioca, mas viveu boa parte da infância e sua juventude na Baixada Santista. Ele estava trabalhando no Estado Maior da Armada em Brasília e afirmou que quer dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, comandante Sousa. Seus objetivos são manter e melhorar ainda mais a relação da Marinha com autoridades e comunidade e manter o foco na segurança do tráfego aquaviário.

Fotos: Radar Litoral

 

São Sebastião-29/01/2014 - O RADAR LITORAL conversou com o novo comandante da Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião. O capitão de fragata Marcelo Sá, tem 42 anos e se considera um “cariolista” (mistura de carioca com paulista), pois é carioca, mas viveu boa parte da infância e sua juventude na Baixada Santista. Ele estava trabalhando no Estado Maior da Armada em Brasília e afirmou que quer dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, comandante Sousa. Seus objetivos são manter e melhorar ainda mais a relação da Marinha com autoridades e comunidade e manter o foco na segurança do tráfego aquaviário. Confira os principais trechos da entrevista:


RADAR LITORAL - O sr. já conhecia a região?
MARCELO SÁ - Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade, pelo espaço de falar e divulgar. Eu acredito muito no poder da imprensa de conscientizar as pessoas e poder esclarecê-las. Muito obrigado por essa oportunidade. Sou carioca, mas minha família foi transferida para Santos quando eu era criança. Passei grande parte da minha infância e toda minha juventude no litoral da baixada santista. Cheguei a vir algumas ocasiões para São Sebastião e Ilhabela, mas faz muito tempo. E voltar à casa profissionalmente, como autoridade marítima, para mim é um orgulho muito grande.

RL – Em uma mensagem ao sr., o seu antecessor, comandante Sousa disse que é preciso ter paciência. O sr. é paciente?
MS - Pelo que estou vendo, estou recebendo uma delegacia muito organizada. O trabalho do comandante Sousa angariou um carinho e um carisma muito grande. O que eu vejo de importante é essa interação que ele conseguiu junto aos órgãos ambientais e autoridades portuárias. Eu gostaria de deixar de antemão que pretendo continuar o trabalho da mesma forma, portanto, não haverá uma troca, mas sim uma continuidade do trabalho. Quem sabe não consiigo dar um, pronto para ele sobre o ordenamento das praias, que era um desejo dele.


RL - Qual o grande desafio da Delegacia?
MS - Em primeiro lugar, é manter o padrão de excelência que a delegacia conseguiu. Nós podemos avaliar isso pelos números: crescimento das inspeções, aquisição e busca de novos equipamentos, que vão nos dar mais flexibilidade e oportunidade para fiscalizarmos. O relacionamento que ele conseguiu aqui dentro que nos permite um trânsito melhor. Eu acho que isso é um ponto importante que temos que trabalhar: aproveitar os pontos fortes de cada instituição e trabalharmos unidos. Eu estou aqui inserido. Os problemas são nossos, me incluo nesses problemas. Posso até não ter a responsabilidade de poder resolver, mas estou inserido nesses problemas e estou aqui para ajudar.


RL - Como o sr. vê a questão da travessia?
MS - Nós temos de ter um pouco de paciência. Não posso do nada e motivos não nos faltam, paralisar a travessia, mas o objetivo não e sufocar os moradores locais. Nós teríamos de ter consciência, fazer de forma responsável para poder, contribuindo com a segurança, aos poucos chegar em uma situação ideal.

Novo Delegado da Capitania elogiou o trabalho do seu antecessor, comadante Sousa


RL - E a fiscalização de embarcações em geral? No dia 2 de janeiro, tivemos uma colisão de duas lanchas. O sr. ainda terá o mês de fevereiro, com maior movimento e depois o pico do Carnaval.
MS -  Eu venho aqui e tem um trabalho bem executado. As reportagens que eu vi só elogiam a Delegacia nesse sentido, o incremento, a educação das nossas equipes que abordam. A minha ideia é manter e, na medida possível, ampliar. Obviamente, a autoridade não é onipresente. O importante é a conscientização. A cidade mais limpa não é aquela que mais se limpa, mas aquela que menos se suja. Então, precisa haver uma conscientização da população. O que eu espero é ter o apoio, não só das prefeituras, mas também da imprensa no sentido de orientar e esclarecer a população para entender as regras que estão sendo dispostas para que se promovam a segurança.

RL - O jet ski é um grande problema em termos de segurança?
MS - Sim, até porque hoje temos um crescimento muito grande de inscrição desse tipo de embarcação. Tem grande mobilidade, atinge altas velocidades, se aproxima muito fácil da areia. A utilização responsável desse equipamento é fundamental para que possamos evitar acidentes.

RL – Como será a sua relação com autoridades e população?
MS - Muito parecido como o comandante Sousa vem trabalhando. A ideia é manter as portas abertas da Delegacia. Encaro uma denúncia como uma grande oportunidade de melhorar o nosso trabalho ou mesmo ir a deterrminado local e verificar o que está acontecendo. Às vezes, o que pode estar acontecendo não é algo errado, mas a pessoa que denuncia pode não estar esclarecida.  É importante que a gente vá in loco, verifique e tome as providências cabíveis.


RL - Qual a importância da relação com as autoridades?
MS - Sempre de forma parceira para que a gente posso apoiá-los no prontos fracos que possam vir a ter e da mesma forma contribuir com o desempenho de nossas tarefas naquilo que a gente tenha precisão.


RL – Qual mensagem o sr. deixaria na sua chegada?
MS - Foi muito bem acolhido pelas pessoas que já conhecia, pelos órgãos que eu visitei, sempre se colocando à disposição. E isso eu vejo como um trabalho do comandante Sousa que abriu essa possibilidade, que eu pretendo dar continuidade e cada vez mais estreitar esse laço. Hoje estou inserido nesse contexto de sociedade, regressando para o Litoral Norte. Pretendo que a gente consiga trabalhar de forma de desenvolver, sempre com foco na segurança do tráfego aquaviário, da poluição hídrica e da segurança da vida humana no mar.