Postado em: 27/07/2018
A Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo e Poliomelite começa no dia 4 de agosto e prossegue até o dia 31 nas unidades de saúde de todo o Litoral Norte. O público alvo são crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Em Ilhabela, a Secretaria de Saúde informou que pretente vacinar 1,8 mil crianças desta faixa etária no município . A meta mínima a ser alcançada corresponde a 95% de cobertura vacinal contra poliomielite e sarampo.
No município, não há registro de nenhum caso suspeito ou confirmado das doenças; a campanha visa a prevenção da população. “São duas doenças gravíssimas, que em casos mais graves podem levar o indivíduo a óbito, ou sequelas, como a paralisia das pernas. Por isso pedimos que todos os pais ou responsáveis acompanhem as crianças até o posto de saúde mais próximo de sua residência para que recebam a vacina”, ressaltou o prefeito Márcio Tenório.
As doses estarão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde do arquipélago. “Nos dias de mobilização, os chamados dias “D”, a campanha será realizada da seguinte forma: no dia 4 de agosto nas unidades da Barra Velha, Água Branca, Centro de Saúde e Costa Sul. Já no dia 18, as vacinas serão aplicadas nas unidades do Alto da Barra, Perequê, Itaquanduba e Armação, sempre das 8h às 17h”, explicou o secretário adjunto de Saúde, Gustave Barboni. Durante a semana (segunda a sexta-feira), o horário para receber a vacina é das 8h às 16h30.
Em Caraguatatuba, de acordo com a Secretaria de Saúde, todas as UBSs vacinarão no período da campanha exceto UBS Tabatinga, nos dias de semana, no horário de funcionamento das salas de vacinas.
Nos sábados, dias 4 e 18 de agosto, todas unidades inclusive UBS Tabatinga e um posto volante na praça do Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (MACC), irão vacinar, no período das 8h às 17h.
O município não possui nenhum registro de caso de sarampo, porém a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado na última terça-feira, alertando para o aumento do número de casos da doença no Brasil, em especial nos estados de Roraima e Amazonas, que fazem fronteira com a Venezuela, país que ocupa o primeiro lugar na lista de casos confirmados. Segundo a entidade, o Brasil é o segundo na lista por causa do fluxo de imigrantes venezuelanos atravessando as fronteiras brasileiras.
Em 2016, o continente americano foi o primeiro do mundo a receber o certificado da Organização Pan-Americana de Saúde de que estava livre do sarampo. Entretanto, desde o ano passado o número de casos tem crescido na região: em março eram apenas oito países com notificação da doença, agora já são onze.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), no momento o Brasil tem um surto em andamento em Roraima: com 234 casos notificados, 42 deles confirmados (34 venezuelanos e oito brasileiros), com duas mortes registradas (duas crianças venezuelanas), em Boa Vista, capital do estado. Já no estado do Amazonas, quatros casos foram confirmados (todos brasileiros).
Poliomielite e Sarampo
O sarampo e a poliomielite são doenças de notificação compulsória e o País tem compromissos internacionais para erradicar e eliminar, respectivamente, estas doenças.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principais características a flacidez muscular, com sensibilidade preservada, e a arreflexia no segmento atingido. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989 e desde 1990 não são registrados casos da doença, que é grave e foi responsável por danos irreversíveis para milhares de crianças no mundo.
Já o sarampo é uma doença altamente contagiosa e os sintomas iniciais geralmente incluem febre, muitas vezes superior a 40ºC, tosse, corrimento nasal e olhos inflamados. É caracterizado por manchas vermelhas e planas que geralmente tem início na face e daí se espalha para o resto do corpo. Em cerca de 30% dos casos ocorrem complicações, as quais podem incluir, entre outras, diarreia, cegueira, inflamação do cérebro e pneumonia.
O sarampo transmite-se facilmente por via aérea, através da tosse e espirros de uma pessoa infetada. Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, cujo marco inicial foi a realização da primeira campanha nacional de vacinação contra a doença, que levou a uma redução de mais de 80% nas notificações de sarampo. No entanto, em 1997 uma importante epidemia se estendeu por diferentes estados brasileiros, com mais de 53 mil casos confirmados, sendo a maioria deles no estado de São Paulo (ESP). As faixas etárias mais acometidas foram os indivíduos menores de um ano de idade e adultos jovens entre 20 e 29 anos.