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Governador Márcio França fala de prioridades para o Litoral Norte e defende oportunidade aos jovens para combater a violência



Postado em: 12/07/2018


O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), concedeu uma entrevista exclusiva na edição desta quinta-feira (12), ao Jornal da Morada – A Voz do Povo, da Rádio Morada FM (95,5) e ao Radar Litoral. Ele falou de suas prioridades para o Litoral Norte e também de sua pré-candidatura à reeleição, além de abordar temas como Segurança Pública, travessia por balsas e porto.

Márcio França assumiu o Governo de São Paulo em 6 de abril, em substituição a Geraldo Alckmin (PSDB), que renunciou para ser candidato a presidente. Além de vice-governador, era secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Foi deputado federal por dois mandatos. Antes, foi prefeito de São Vicente, reeleito com 93% dos votos, um recorde nunca superado e depois elegeu o sucessor com 84% dos votos.

Segurança

Na questão da segurança, o governador afirmou que pensar somente na ampliação do quadro de policiais, é “enxugar gelo”. Em sua opinião, é preciso dar opção aos jovens que são cooptados pelo crime por falta de oportunidade. A proposta é um projeto implantado em São Vicente quando era prefeito. “É o Alistamento Civil, onde os jovens de 18 anos dispensados do serviço militar, vão trabalhar nas prefeituras e fazer cursos técnicos num período de quatro horas diárias, por meio de convênio com o Estado”. Cada grupo de 30 jovens tem a tutela de um policial civil aposentado ou guarda civil.

Segundo ele, são 230 mil presos e 5 mil jovens na Fundação Casa. “Em agosto, vamos começar um projeto piloto em 16 cidades do estado. Apenas uma amostragem. Se tudo correr bem, no ano que vem implantamos em todo o estado. Uma cidade como São Sebastião teria de 300 a 350 rapazes nesse programa. Em 2019, serão 80 mil de 18 anos, 40 mil em 2020 com 17 e 20 mil de 16 anos no ano seguinte. O custo mensal de R$ 140 milhões ao mês é alto, mas se comparado com o que é gasto com presídios, é insignificante. É muito mais inteligente dar oportunidade para os jovens.” Ele que também a polícia mais bem remunerada e equipada.

 Balsa

Para resolver os constantes problemas da travessia por balsas entre São Sebastião e Ilhabela, o governador defende uma segunda empresa operando o serviço. Ele citou que as balsas são utilizadas 24 horas por dia e isso gera desgaste, mesmo com as reformas e novas embarcações. No verão, o tempo médio de espera foi de 45 minutos, dentro do estimado. “Com a concorrência, podemos ter mais uma empresa que faça por outro preço e mais rápido. Já que o estado se propôs a fazer, que faça bem feito ou passe para a iniciativa privada”.

Porto

Sobre o Porto de São Sebastião, Márcio França citou que a licença prévia foi cassada pelo Ministério Público Federal em 2016. “Dessa forma, vamos acabar as duas obras enormes da Rodovia dos Tamoios e não conseguimos fazer as aprovações necessárias para a ampliação. É o único porto do estado e tem que ter carga. Para isso, acesso, que está sendo feito. Tem de ter boa vontade da Justiça Federal”. Em sua opinião, o modelo ideal é o de concessão privada dos terminais.

Sobre a discussão da exportação de gado vivo pelo porto sebastianense e uma lei que tramita na Assembleia Legislativa proibindo este tipo de operação, o governador afirmou que os parlamentares têm de decidir as questões conceituais e que ele só veta lei inconstitucional. “Tem bons argumentos para os dois lados. Eu particularmente prefiro que tenha manipulação do produto no Brasil, pois você gera empregos. É natural que estes conflitos existam e quem deve decidir é a força equilibrada do parlamento, com 94 deputados”.

Márcio França esteve em Ilhabela no final de março, poucos dias antes de assumir o Governo do Estado

Tamoios

O governador afirmou que as obras do contorno estão atrasadas e não serão entregues no final deste ano, conforme previsto. Isso ocorre principalmente por questões ambientais e indenizações discutidas na justiça. A entrega deve ocorrer em 2019.

França anunciou que pretende cobrar a Contribuição de Melhoria, tributo previsto na Constituição Federal, de proprietários que foram beneficiados com obras como a da Rodovia dos Tamoios. Segundo ele, o Estado investiu R$ 4 bilhões e tem o retorno no pedágio. “Os terrenos próximos às rodovias são valorizados e é justo que estes proprietários paguem um tributo sobre a diferença do valor do imóvel antes e depois da obra”.

Hospital Regional

O governador confirmou a entrega do Hospital Regional de Caraguatatuba para novembro deste ano. Dos R$ 188 milhões previstos, já foram repassados R$ 114 milhões. O Hospital terá 220 leitos e 40 vagas de UTI.

Educação

França destacou a ampliação da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que saiu de 3 mil para 55 mil alunos em 330 polos no estado. São cursos semipresenciais de Engenharia de Produção, Engenharia da Computação, Matemática, Pedagogia, Gestão Pública e Contabilidade com professores da USP, Unicamp e Unesp. “Somente no Litoral Norte, são quase 800 vagas. A partir do ano que vem, qualquer aluno que se formar no ensino médio na rede estadual, tem a vaga garantida em um dos cursos, sem vestibular”.

Saneamento

O governador afirmou que tem todo o interesse em fazer o investimento necessário na região, mas reconheceu que a Sabesp tinha um relacionamento muito ruim com algumas prefeituras. “A empresa tratava as prefeituras como se fizesse um favor. A Sabesp é uma concessionária e o dono da concessão é a prefeitura. O litoral é nossa prioridade”.

Eleições

Sobre a sua pré-candidatura, França afirmou que, na condição de governador de São Paulo e depois de 38 anos de vida pública, sem responder processo criminal, só poderia ser candidato a governador.  Citou o respeito ao seu antecessor Geraldo Alckmin, que renunciou para ser candidato a presidente.

Ele analisou o quadro político no estado, afirmando que há quatro candidatos na disputa. “O Luiz Marinho, do PT, que foi prefeito de São Bernardo, que os petistas devem votar nele. E temos três outros candidatos. Eu, o Paulo Skaf, industrial, candidato do MDB do Temer e João Dória, que renunciou ao cargo de prefeito da capital. Respeito os candidatos, mas somos muito diferentes. São pessoas muito ricas, de outro nível social, que não tem nada a ver comigo. Tenho um padrão mais simples”.

Márcio França disse estar seguro e que São Paulo está bem servido de candidatos. “Cada um com sua visão de mundo. As pessoas vão procurar quem garanta mais oportunidade, seja experiente e não tenha envolvimento com a Lava Jato. Isso será um divisor”, afirmou o governador.



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